Mas um telefonema me chamava à razão. De Sintra, da quinta
onde mora com seu marido, o banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga, e com
Joana e Maria, suas duas filhas adolescentes, minha amiga Luiza exibia uma voz
preocupada:
- Braga ligou de Ímola. É grave. É gravíssimo. Você tem de
ir pra lá imediatamente.
Adriane, Ayrton e Braguinha
- Luiza, vem comigo, por favor. Não me deixe sozinha. Ela,
então, alugaria um jatinho em Lisboa. Até o Faro, meia hora. De lá, direto para
Bolonha. Pedi para a Clara, uma amiga de lá e decoradora da casa, que me
fizesse uma maleta de mão, imaginando dois, três dias de estada ao lado dele,
num hospital qualquer. Esqueci a televisão, as imagens repetidas, apaguei da memória
o rosto assustado daquela improvisada platéia que apareceu na casa da Quinta do
Lago e tentei me fixar na idéia do encontro próximo, ainda que doloroso.
Machucado que estivesse, eu queria pegá-lo. Tocar seu peito. Acariciar seus
pés. Sonhava com o contato físico, pele na pele. Queria sussurrar-lhe ao ouvido
coisas bonitas e encorajadoras.
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