domingo, 24 de setembro de 2017

Patrick Head e Betise Assumpção

Alguns brasileiros e fãs de Ayrton Senna acreditam que Patrick Head (apontado como um dos culpados pela morte de Ayrton Senna e que foi absolvido por falta de provas) se aproximou de Betise Assumpção, ex-assessora de imprensa de Ayrton, devido as investigações pela morte do piloto. E é isso que o jornalista Ialdo Belo se referiu na última entrevista concedida por Betise, ao perguntá-la sobre o começo do namoro com Head – logo após a morte de Ayrton –, e seu casamento (três anos depois) com ele, co-fundador da Williams e projetista do carro que matou Ayrton Senna.

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Ialdo Belo: Aí houve o funeral no Brasil e teve uma hora em que você teve que tomar a frente da história tipo quem ia carregar o caixão, a Adriane Galisteu...

Betise Assumpção: Tá tudo lá no blog...

Ialdo Belo: E você ficou no Brasil?

Betise Assumpção: Fiquei até agosto. Aí voltei para a Europa e fui pedir uma credencial para assistir ao GP em Spa. O Bernie se recusou. Quem conseguiu pra mim foi o Jayme (Brito, responsável pelas transmissões da F1 pela Rede Globo), ele me credenciou como se fosse uma produtora da TV. Fui assistir nos boxes da Williams.

Ialdo Belo: E daí reencontrou Sir Patrick Head...

Sir Patrick, o filho Luke e Betise


BA: Sim e depois de uns meses começamos a namorar. Ele já tinha me chamado para sair algumas vezes e eu havia recusado, mas aí de repente veio a química e ficou complicado.

Ialdo Belo: Por quê?

Betise Assumpção: Porque eu havia mudado para Paris no início de 1994. Queria uma mudança na minha vida. O Patrick morava em Londres e depois de um tempo eu disse pra ele que teríamos que tomar uma decisão e foi aí que nós casamos e voltei para a Inglaterra. Ficamos juntos por treze anos, tivemos um casal de filhos e hoje estamos divorciados.

Ialdo Belo: Os brasileiros são muito passionais, sabia que tem pessoas com raiva de você por ter se casado com Sir Patrick, condenado por homicídio involuntário pela justiça italiana no caso da morte do Senna, tipo "ela está dormindo com o inimigo?

Betise Assumpção: A minha relação com o Ayrton era puramente profissional. com Patrick é pessoal. Ainda existe, pois sou mãe de dois filhos dele.
O que aconteceu foi um acidente, ninguém queria matar o Ayrton. Ele correu porque quis. O Sid Watkins falou pra ele no sábado: "O Ratzenberger morreu na pista, esta corrida não deveria acontecer. Não corra. Vá pra casa, vá pescar. Largue a F1, você não precisa disso."
Ele quis correr assim mesmo. Aconteceu, foi uma fatalidade.

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Justiça não encontrou culpados pela morte de Senna

01 de maio de 2009 • 00h01 • atualizado às 02h26
Terra - esportes.terra.com.br

Foram abertos processos legais contra seis pessoas por causa da morte de Ayrton Senna, ocorrida em 1º de maio de 1994, no circuito de Ímola, na Itália. Os acusados foram Frank Williams, Patrick Head e Adrian Newey, da Williams; Fedrico Bendinelli, representando os proprietários do Autódromo Enzo e Dino Ferrari; Giorgio Poggi, como diretor do circuito, e Roland Bruynserarde, diretor de prova e que aprovou o circuito para a corrida.

A primeira sentença foi dada em 16 de dezembro de 1997, declarando como inocente todos os acusados de homicídio involuntário.

Segundo a Justiça, a morte de Senna ocorreu por causa de uma ruptura na barra de direção do carro do brasileiro. Ela havia sido cortada e soldada novamente a pedido de Senna, para que ele pudesse se acomodar melhor no cockpit do carro.

Logo após a decisão da corte, uma apelação foi apresentada por um procurador do Estado contra Patrick Head e Adrian Newey.

Em 22 de novembro de 1999, a corte de apelação absolveu Head e Newey de todas as acusações, afirmando que não havia nenhuma evidência contra a dupla (faltavam informações da caixa preta do carro de Senna, que havia se danificado, e 1s6 de vídeo da câmera instalada no carro do brasileiro - isso porque a transmissão de TV mudou para outra câmera pouco antes do acidente.

Diante da ausência de provas claras e de acordo com o Código Penal da Itália, o julgamento teve de ser declarado como "não-existente ou que já não estava em vigor".

Essa decisão foi anulada em janeiro de 2003, quando a Corte Suprema da Itália considerou que os artigos tinham sido mal interpretados. Um novo julgamento foi ordenado em 27 de maio de 2005, com Head e Newey sendo absolvidos novamente.

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Patrick Head eliminou provas em seguida a morte de Ayrton Senna

Patrick Head lutou para colocar as mãos nas caixas do gravador de dados (caixa preta do carro Williams FW16) imediatamente após o acidente de Senna.

Livro: Fatal Weekend escrito pelo jornalista britânico Tom Rubython, ano 2015.

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FONTES PESQUISADAS

BELO, Ialdo. Não gosto da F1 - diz em entrevista exclusiva Betise Assumpção. Disponível em: <http://www.formulai.us/2017/09/odeio-formula-1-desabafa-em-entrevista.html?spref=fb>. Acesso em: 20 de setembro 2017.

TERRA - Justiça não encontrou culpados pela morte de Senna. Disponível em: <http://esportes.terra.com.br/automobilismo/formula1/2009/interna/0,,OI3737135-EI12988,00-Justica+nao+encontrou+culpados+pela+morte+de+Senna.html>. Acesso em: 24 de setembro 2017.

RUBYTHON, Tom. Fatal Weekend. 1º Edição. Great Britain: The Myrtle Press, 12 de novembro de 2015.

Um comentário:

  1. Pega mal demais a assessora do Senna se casar logo com o responsável direto pela morte do piloto! Mas nesse mundo da f1 a babação é grande; o Roberto Cabrini fez várias matérias apontando o problema na coluna de direção e a neglicência da Williams; daí esses dias escuto o podcast do Nilson Cesar onde o Cabrini fala que o Patrick Head era um "excelente profissional, excelente pessoa". Vai entender.

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